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OS HACKERS

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Guia Para Hacking (essencialmente) Inofensivo

Volume 6 - Hackers Verdadeiros

Número 1: Eric S. Raymond
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Os Hackers construíram a Internet. Os Hackers fizeram o sistema operativo Unix o que ele é hoje. Os Hackers administram a Usenet. Os Hackers fazem a World Wide Web funcionar. Se fazes parte desta cultura, se contribuíste para ela e outras pessoas nela sabem quem tu és e dizem que és um Hacker, então és um Hacker...

Existe outro grupo de pessoas que berrantemente se chamam a si próprios hackers, mas que não são. Estes são pessoas (principalmente rapazes adolescentes) que se divertem a entrar em computadores e a manipular o sistema telefónico. Os hackers verdadeiros chamam a estas pessoas 'crackers' e não querem ter nenhuma ligação com eles. Os hackers verdadeiros geralmente pensam que os crackers são preguiçosos, irresponsáveis, e não muito espertos, e opõe-se à noção que ser capaz de quebrar a segurança não quer dizer que seja um hacker tanto quanto ser capaz de fazer a ligação directa a um carro não significa que seja um engenheiro de automóveis. Desafortunadamente, muitos jornalistas e escritores têm sido enganados de forma a usar a palavra 'hacker' para descrever crackers; isto irrita os hackers verdadeiros até ao extremo.

A diferença básica é esta:
os hackers constroem coisas, os crackers destroem-nas...

Os semideuses mais reverenciados da cultura hacker são pessoas que escreveram programas grandes e capazes que servem uma necessidade comum e que os distribuíram gratuitamente, pelo que agora todos os usam.

Se queres ser um hacker, continua a ler. Se queres ser um cracker, vai ler o newsgroup alt.2600 e prepara-te para cumprires cinco a dez anos na prisão depois de descobrires que não és tão esperto como pensavas. E é tudo o que vou dizer sobre crackers." -- Eric S. Raymond,

http://locke.ccil.org/~esr/faqs/hacker-howto.html

Quem são os hackers verdadeiros? Quem são as pessoas que podemos admirar e servir de modelo para a nossa vida? A Série Hackers Verdadeiros destes Guias apresentam estas pessoas.

Começamos com Eric S. Raymond. Ele é bem conhecido no mundo hacker. Ele resume tudo o que um hacker verdadeiro deve ser. Ele tem experiência de programação muito abrangente: C, LISP, Pascal, APL, FORTRAN, Forth, Perl, e Python; e é proficiente em linguagem assembly para os CPUs Z80, 80x86, e 680xx. Ele também sabe Francês, Espanhol e Italiano.

O Raymond é um dos programadores centrais do Linux, e uma força grande na revolução contínua da linguagem LISP do EMACS. Ele mantém o fetchmail, um utilitário gratuito para resgatar e expedir correio de servidores de email POP2/POP3/IMAP.

Mas o Raymond é talvez mais famoso entre os hackers verdadeiros como o homem que mantém o Ficheiro do Jargão Hacker. Tu podes lê-lo em http://www.ccil.org/jargon.

Ele também mantém muitos outros documentos FAQ e HOWTO respeitados, incluindo o "Java-On-Linux HOWTO"(Java no Linux), o "Linux Distributions HOWTO"(Distribuições Linux), o "PC-Clone UNIX Hardware Buyer's Guide"(Guia do comprador de hardware PC-clone para Unix), o "So You Want To Be A UNIX Wizard? FAQ" (Então queres ser um génio Unix?)(Também conhecido como The Loginataka), e o "How To Become A Hacker FAQ"(Como se tornar num hacker) - vai ver http://locke.ccil.org/~esr/faqs/hacker-howto.html (citado acima).

O Raymond também fundou e administra o Chester County InterLink. Esta é uma organização não lucrativa que fornece acesso grátis à Internet aos residentes de Chester County, Pennsylvania. Na última contagem, tinha mais de 2000 utilizadores e estava a ganhar cerca de 50 utilizadores novos por semana.

O Raymond também escreveu o humor hacker mais divertido de sempre: "Unix Wars"(Guerras Unix) que se baseia no artigo antiquíssimo de humor hacker: "DEC Wars"(Guerras Dec). Podes lê-lo em http://www.devnull.net/docs/unixwars.html.

O Raymond é o autor de vários livros. Estes incluem "The New Hackers Dictionary"(O Novo Dicionário dos Hackers), já na sua terceira edição (MIT Press 1996, ISBN 0-262-68092-0),e "Learning GNU Emacs"(Aprendendo o GNU Emacs), (2nd edition, O'Reilly Associates, ISBN 0-937175-84-6). Ele foi o investigador principal e autor de "Portable C and UNIX Systems Programming"(Programação de Sistemas Unix e C Portáteis), (Prentice-Hall ISBN 0-13-686494-5) (o nome "J. E. Lapin" que aparecia na capa era uma invenção corporativa). O advento da terceira edição de Setembro de 1996 de "Portable C..." conduziu a entrevistas com o Raymond na revista Wired (Agosto de 1996) e na revista People (Outubro de 1996). Podes encomendar os livros do Raymond em http://www.amazon.com.

"Espera, espera!" dizes tu. "Eu estou sempre em canais de IRC hackers e em listas de email hackers todo o tempo e nunca ouvi falar do Raymond! Ele nem sequer tem um nome fixe como Mauve Knight ou Ei8ht ou DisordeR. Chiça, o Raymond nem sequer é membro de um grupo elite com um nome como "K-rad Doomsters of the
Apocalypse".

Benvindo ao mundo dos hackers verdadeiros. Como o Raymond diz no seu "How To Become A Hacker FAQ", existem dois tipos de hackers: os hackers verdadeiros que ambicionam aprender e criar, e os falsos que pensam que crashar ou entrar num computador prova que são génios.

Adivinha que tipo geralmente encontras em reuniões 2600, em canais de IRC com nomes como #hack, em newsgroups como alt.2600 e alt.hacker, e listas de email com nomes como DC-stuff e HH-Chat? Não estou a dizer que todas as pessoas que conheceres aí são fracos ou impostores. Mas poucos hackers verdadeiros suportarão os flames, a mentalidade criminosa e a ignorância da maioria das pessoas que encontras aqui.

Onde é que encontras hackers verdadeiros como o Raymond? Poderás encontrar alguns deles na Def Con anual ou em conferências Hope on Planet Earth . (O Raymond, contudo, afirma que isto "não é provável".) Poderás, contudo, encontrar hackers verdadeiros às centenas nas conferências Usenix (vê http://www.usenix.org/events/), ou aos milhares no movimento de software grátis.

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Nota de Principiante: Como é que te podes envolver no movimento de software grátis para conhecer os semideuses hacker? Para começares, experimenta o GNU. GNU significa "Gnu's Not UNIX". O projecto GNU é um esforço internacional que está a ser coordenado pela Free Software Foundation (Fundação Software Grátis). Vai ver http://www.gnu.org para mais informação. Estás a pensar "Gnu's Not UNIX? Que queres dizer?" Mas previne-te, os hackers verdadeiros têm um sentido de humor deformado. GNU é um acrónimo recursivo. Quando o simples pensamento de um acrónimo recursivo te atirar para ondas de risos, saberás que estás a tornar-te um hacker verdadeiro.
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"O movimento software grátis?" perguntas. "Porque é que ninguém, nunca fala sobre a codificação de kernels de sistemas operativos ou linguagens novas de scripts no alt.2600 ou dc-stuff?" Correcto, adivinhaste, é porque a maioria dessas pessoas só querem fod** coisas. Os hackers verdadeiros ambicionam criar software. Não apenas explorar código para fod** computadores. Mas criar software sério e importante.

O movimento software grátis é onde o Raymond e os seus amigos - pessoas como Linus Torvalds (o rapaz que lançou e coordenou o projecto Linux que criou o sistema operativo mais amplamente usado por hackers) e Larry Wall (criador do Perl, uma das duas linguagens de programação mais usadas pelos hackers) trabalham juntas.

Muito do software que estes semideuses hackers escrevem é copylefted. Um copyleft é - sim, tens razão, um copyleft é outro exemplo de humor hacker deformado. Mas basicamente um copyleft diz que tens o direito de reutilizar código copyleft no teu próprio software, e até vendê-lo, a fazer dinheiro com ele, com apenas uma condição. Tens de fazer o código fonte do teu software disponível para qualquer outro que possa querer usá-lo para escrever o seu próprio software.

Queres andar com os semideuses hacker? Já aprendeste a programar bem? Se sim, podes descobrir umas boas vindas acolhedoras do pessoal do GNU e outros no movimento sofware grátis.

Como é que o Raymond se tornou um dos anciãos tribais do mundo hacker? Tudo começou, ele recorda, em 1968 quando tinha apenas 11 anos. "O meu pai trabalhava para a Sperry Univac. Em dias de folga ele podia levar-me com ele para brincar com o 1108. Valia cerca de 8 milhões de dólares - em dólares de 1968!" O Raymond recorda-se de ser um computador gigante hospedado numa sala com ar condicionado.

Nessa altura era uma grande façanha para qualquer um conseguir tocar num computador. Nessa altura eram primitivos, caros e frágeis. O Raymond lembra-se de ler o jornal ACM em 1974 e sonhar sobre quão fantástico seria se conseguisse obter aquele novo sistema operativo que eles estavam a criar -- o Unix. Quando estava no liceu conseguiu ter acesso -- via teletype -- a um TTY (um terminal muiiiiiito primitivo) no Colégio Ursinus (localizado em Phoenixville, Pennsylvania). Com esse TTY ele foi capaz de usar o Sistema de Time-Sharing de Dartmouth. Mas só era bom para jogar jogos.

O Raymond começou o colégio como estudante de matemática e filosofia. Mas em 1976 arranjou uma conta com um DEC PDP-10 -- e uma ligação à ARPAnet, a forma primitiva da Internet de hoje. "Fui seduzido pelo lado da computação." O Raymond logo mudou para informática.

Enquanto na ARPAnet, a visitar um computador no MIT, o Raymond descobriu o Ficheiro do Jargão Hacker. O Raymond ficou viciado. Decidiu que ia ser um hacker. Um hacker verdadeiro.

Em 1983 o Raymond imprimiu o ficheiro do jargão, atou-o como um livro, intitulou-o "Understanding Your Hacker"(Compreendendo o teu hacker), e apresentou-o ao seu patrão. O seu patrão adorou-o.

Em 1983, poucas pessoas tinham medo daqueles que se chamavam a si próprios hackers. Nessa altura as pessoas estavam cientes que os hackers eram indivíduos estranhos e brilhantes. Mas isso foi antes de multidões de vândalos e criminosos começarem a reclamar que eles, também, eram hackers. Os jornalistas, que não sabiam que nome dar àquela nova raça de vândalos digitais, começaram a chamar-lhes hackers também.

Entretanto, o Raymond chegou à realização que ele não só tinha um talento para programar - ele podia escrever textos muito bons também, Em 1987 ele actualizou "DEC Wars" para criar o imortal "Unix Wars", que será finalmente impresso pela primeira vez no livro "Happy Hacker" de Carolyn Meinel (American Eagle Publications, in press, pronto para sair em Fevereiro de 1998).

Em 1990 o Raymond decidiu passar um fim-de-semana a actualizar o Ficheiro do Jargão Hacker. Quando a manhã de segunda feira chegou, ele já tinha quadruplicado o tamanho do ficheiro. Ele contactou as pessoas que o mantinham, que ficaram contentes por lhe dar o comando. Não muito depois, ele publicou-o como "The New Hacker's Dictionary".

Então o que é que o Raymond faz hoje em dia? "Eu faço a maior parte da minha programação em C", diz-nos, "mas ainda penso em Lisp". Ele trabalha "o trabalho estranho de consultadoria, exames técnicos de livros para editores como O'Reilly". Acrescenta o Raymond, a rir, "Eles sabem que eu sei onde todos os cadáveres estão enterrados".

Para onde é que o Raymond vê a cultura hacker a ir? "Costumava ser difícil encontrar a comunidade hacker. Mas agora está a expandir-se tremendamente, graças ao fenómeno Linux. O Linux realmente fez uma diferença. Agora temos um objectivo comum, e uma plataforma universal para os projectos de software de toda a gente. O Perl teve um efeito semelhante, fornecendo-nos um kit de ferramentas multi-plataformas".

O Raymond vê alguma esperança até na cena "cracker" de crescimento rápida mas incrivelmente destrutiva (os crackers são pessoas que entram ilegalmente em computadores). As pessoas na comunidade hacker brincam um pouco, depois eventualmente os brilhantes acabam por vir para a cultura do software grátis. Muitos deles escrevem-me." O Raymond diz que já comunicou com muita gente que passou por uma fase de vândalo digital, apenas para eventualmente acordarem e aperceberem-se que queriam sentir-se bem com eles próprios ao fazer o mundo um sítio melhor.

Então, quantos futuros semideuses hackers estão a ler este Guia? Talvez uns poucos. Que o Código Fonte esteja contigo se decidires procurar a fama hacker da maneira do Raymond!

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Carolyn Meinel
M/B Research -- The Technology Brokers

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Traduzido por Rui Rodrigues. Homepage: nav.to/ruirodrigues
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